segunda-feira, 26 de setembro de 2016

Por que confiar em mim? Fato. O papel aceita tudo!

Em visita às turmas dos diferentes cursos de nosso câmpus ouvi de um estudante a pertinente pergunta: “Por que deveria confiar em vocês (candidatos)? O papel aceita tudo e é muito fácil falar”. Fato. A sugestão que dei a ele foi buscar conhecer as contribuições de cada candidato, pois as ações de cada um podem dizer muito mais do que o plano de gestão, que nesse momento parece muito abstrato. Assim, seguem algumas contribuições e experiências que acredito terem sido importantes ao longo da minha carreira no IFSP.

Como professora do IFSP 
(2010 – Atual)

Professora de Química, Biologia (2011 – quando não contávamos com professor de Biologia!!!), Didática e Metodologia de Ensino (2011 - Curso de Formação de Professores) e Tratamento de superfícies (2011 – GPI).

Organização de visitas técnicas como à exposição Água na OCA – Ibirapuera (2011-Cursos Integrados), Estação Ciência (2012 – Cursos Integrados) e Niquelbras (2011 – Curso de Tecnologia em Gestão da produção Industrial)

Coordenadora do Projeto de Extensão Ciência em Movimento (2012/2013), que contou com a participação de cerca de 10 estudantes, entre bolsistas e voluntários e levou à TODA a rede municipal de educação saltense discussões importantes sobre o papel da experimentação no ensino de ciências.

Orientadora de 03 Projetos de Iniciação Científica, com bolsas CNPq e Institucionais (2012-2014)

Orientadora de dois projetos de Mestrado  na Universidade de São Paulo, no Programa Interunidades em Ensino de Ciências (2014-Atual).

Para mais sobre minha carreira acadêmica (artigos e capítulos de livro publicados ou participação em  bancas, por exemplo) ver http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4772349H4

Como Coordenadora da Área de Educação Básica 
(agosto de 2011 a abril de 2012)

Incentivo e participação na organização de eventos culturais como Festa Junina, apresentações teatrais e eventos de encerramento de semestre.

Elaboração e implementação do calendário de reposição de aula dos cursos integrados, em função da greve de 2011.

Acompanhamento do processo de regularização da oferta dos cursos integrados.

Como Gerente Educacional do Câmpus Salto 
(abril de 2012 – abril de 2013)

Implantação, junto aos Coordenadores, do “repositório de documentos”, com o objetivo de  promover maior agilidade e transparência na tramitação de documentos entre os diferentes setores do câmpus Salto. Cabe destacar que foi organizado treinamento, junto à TI e com o auxílio de alguns professores, para que todos os servidores pudessem utilizar a ferramenta da melhor maneira possível.

Organização, junto aos Coordenadores, e liderança de um processo democrático de reformulação dos cursos integrados, frente às determinações da Pró-Reitoria de Ensino da época.

Incentivo, organização e participação efetiva na divulgação de nosso “Vestibulinho” nas escolas públicas de Salto, processo que resultou em aumento significativo do número de inscritos por vaga.

Busca, junto à Prefeitura Municipal de Salto, de mobiliário para tentativa de organização de um refeitório, quando as mesas que lá se encontram atualmente ainda não haviam sido adquiridas.

Apoio aos primeiros movimentos de constituição de um Grêmio Estudantil no câmpus Salto.

Incentivo e participação na organização de eventos culturais como Festa Junina, apresentações teatrais e eventos de encerramento de semestre.


Como Diretora de Educação Básica (janeiro de 2015 – Atual)

1) Ampliação da oferta de vagas nos cursos integrados

Com a aprovação do PDI (2014-2018) o IFSP estabeleceu como política para a Educação Básica o aumento da oferta do Técnico Integrado ao Ensino Médio com vistas ao atendimento dos princípios estabelecidos na Lei 11892/2008, que trata sobre a verticalização do Ensino.
A PRE iniciou no ano de 2015 a discussão sobre as diretrizes para o atendimento da referida oferta e a partir disso foi construído o documento norteador. Vale ressaltar que com os projetos pedagógicos aprovados no Conselho Superior chegamos ao número de 25 campus atendidos entre 2015-2016 e em 2017 a perspectiva é que todos os campus ofertarão este tipo de modalidade.

2) Liderança no processo de discussão e elaboração de diretrizes para os cursos no âmbito do PROEJA (

No âmbito do IFSP não havia um documento norteador para o PROEJA, principalmente sobre o PROEJA-FIC. Nos primeiros meses de 2015 iniciamos a discussão sobre as diretrizes para a oferta, constituímos grupos de trabalho e realizamos alguns encontros. No final do processo de discussão encaminhamos o documento ao CONSUP que foi aprovado pela Resolução Nº40/2015. Em função desse movimento, temos observado aumento significativo na oferta de vagas para esses cursos.

3) Instauração e Presidência da Comissão Central para acompanhamento das discussões relativas à Base Nacional Comum Curricular, Projeto de Lei de Reforma do Ensino Médio e Minuta para Diretrizes dos Cursos Técnicos Integrados ai Nível Médio (setembro de 2015 - atual)

Considerando os importantes movimentos nacionais relacionados ao ensino médio, essa comissão teve por objetivo divulgar informações e organizar discussões nos diferentes câmpus do IFSP acerca da temática. Os trabalhos dessa comissão ainda se encontram em andamento, mas, como ação efetiva no ano de 2015, foi encaminhada ao CONIF carta de considerações e contribuições acerca do PL 6840/2013. 

4) Implantação das Comissões de elaboração e Implementação dos Projetos Pedagógicos dos Cursos de Educação Básica (abril de 2015)

Considerando que os cursos de educação básica não contam, do ponto de vista legal, com um Núcleo Docente Estruturante, foram implantadas comissões de elaboração e implementação de projetos pedagógicos, considerando ser imprescindível institucionalizar um fórum para acompanhamento e discussões das questões relativas aos cursos de educação básica. Trata-se de importante iniciativa para democratização do processo de construção dos cursos ofertados pelo IFSP.

 5) Membro na Comissão Permanente do Plano de Desenvolvimento Institucional (fevereiro de 2015 - atual)

6) Representante do IFSP no Projeto Professores do Futuro - Finlândia III (abril-junho/2016)

7) Membro em grupo de trabalho para discussão de possibilidades para a organização curricular dos cursos técnicos integrados ao ensino médio, em parceria com a Universidade de Ciências Aplicadas de Tampere (TAMK) – Finlândia (atual)

8) Membro em Grupo de trabalho para elaboração de sistema de avaliação para cursos técnicos do estado do Ceará, junto ao Centro de Políticas Públicas e Avaliação da Educação - Universidade FEderal de Juiz de Fora - CAED /UFJF (atual)



quinta-feira, 15 de setembro de 2016

Por um firme e forte corpo escolar


                                     

Durante os debates tenho recorrentemente falado na unidade da escola,  ou seja, no reconhecimento de que estamos nós, docentes, discentes, técnicos administrativos e servidores terceirizados trabalhando por um objetivo comum: a melhor escola, em todas as dimensões.
Recorrentemente, também, tenho recebido relatos de conflitos e, aparentemente, desigualdades que desfavorecem a constituição de um efetivo “corpo escolar”.
Fala-se em conflitos entre “áreas”, cursos e “segmentos” , e negar a existência desses relatos não parece a melhor postura para um candidato a Diretor Geral, dado que eles vem sendo reiterados a cada debate e a cada visita às salas de aula!!!

Abaixo são elencadas algumas propostas concretas e, na sequência, os motivos pelas quais acredito que elas sejam necessárias.

O que fazer??

1) Zelar pela postura democrática e de valorização  e respeito ao conhecimento, história de vida e expectativas de cada membro de nossa comunidade escolar

2) Combater o sentido histórico atribuído às palavras “ÁREA” e “SEGMENTO.

3) Fomentar discussão sobre missão e objetivos dos Institutos Federais, bem como de seu funcionamento.

4) Discussão verdadeiramente democrática do Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI)

5) Garantir a construção efetivamente coletiva  e interdisciplinar dos Projetos Pedagógicos de Curso (PPCs)

6) Acompanhar, junto às Coordenadorias de Pesquisa e Extensão, os projetos desenvolvidos e incentivar a proposição de projetos que abarquem o maior número de áreas de conhecimento possível.

7) Proporcionar mais oportunidades de integração e convivência.

Por que fazer??

1) Acredito que o exemplo é estratégia poderosa de mudança e convencimento e que deve partir de todos, especialmente  das representações como gestores, Grêmio Estudantil e Diretório Acadêmico.  

2) Quando cheguei ao Instituto Federal, em novembro de 2010, realizávamos as chamadas “reuniões de área”. Eu mesma cheguei a ser Coordenadora da “Área” de Educação Básica. Raríssimas eram as oportunidades de tratarmos sobre os cursos e a escola, de maneira mais ampla e coletiva. Olhando para essa forma de organização que, cabe destacar, ainda não faz parte integral de nosso passado, enxergo-a como um enorme desserviço à constituição do “corpo escolar” que aqui tenho defendido. O mesmo vale para a palavra “segmento” para referir-se a docentes, técnicos-administrativos e docentes, que acabou, historicamente, por criar espaços distintos de discussão e descolados entre si. Nesse sentido, as Reuniões de Curso e a criação de espaços de discussão que aproximem, periodicamente, as diferentes representações de nossa Instituição, tornam-se urgentes.

3) Ainda que existam boas (mas recentes) iniciativas institucionais no sentido de acolhimento aos novos servidores, é notório que a não compreensão e apropriação da missão e dos objetivos dos Institutos Federais é fonte de divergências e embates que poderiam ser esclarecidos através de reflexões mais efetivas sobre nossa realidade. O mesmo vale para nosso funcionamento: o desconhecimento do trabalho e das dificuldades enfrentadas por cada servidor é comumente fonte de críticas mal direcionadas e desgastes que poderiam ser evitados.

4) O “participa quem quer”, desconectado de qualquer esforço real para que todos participem,  e o “decide quem está presente” precisam deixar de ser prática em nossa Instituição. O PDI é, a meu ver, excelente caminho para o diálogo entre toda a comunidade escolar e para a construção do sentimento de unidade.

5) Assim como o PDI, a elaboração dos PPCs deve ser, por excelência, momento de integração entre as diferentes áreas do conhecimento e discussão sobre os objetivos de nossos cursos e Instituição . Precisamos acabar com a prática de entender esses projetos como “cada professor faz sua ementa e juntamos tudo no final”.

6) A transparência é essencial para a real democracia, e esse princípio deve ser aplicado a todos os processos de nossa Instituição.


7) Precisamos criar mais espaços para o diálogo formal e institucional, mas também em contexto de lazer e confraternização. Acredito que, para além das iniciativas que já existem, a Associação de Pais e Mestres  será  importante aliada em mais esse aspecto.

domingo, 4 de setembro de 2016

A formação do estudante-trabalhador e do trabalhador-estudante

Figura 1. Tempos modernos na escola – Repensar o currículo de nossos cursos é fator primordial para a formação 
profissional que desejamos. Disponível em https://jarbas.files.wordpress.com/2014/07/escolhas.jpg

A retomada do funcionamento da cantina e a garantia de funcionamento dos diferentes setores escolares em todos os turnos foram apontados, no debate ocorrido do dia 01 de setembro, como propostas concretas para o estudante-trabalhador e trabalhador-estudante. Ainda que sejam fatores importantes – para todos os estudantes da Instituição – acredito que essa questão precisa ser trabalhada com mais profundidade e com olhar atento para nossa organização curricular, para além das questões administrativas.
Enquanto o estudante-trabalhador tem sua fonte de renda garantida por oportunidades não relacionadas ao curso, diluindo trabalho e estudo,  para o trabalhador-estudante o estudo aparece como contingência, ou seja, o sucesso ou progressão no trabalho geralmente depende do curso.
As duas situações pressupõem estratégias de ação da Instituição de ensino que garantam, efetivamente, a inclusão, permanência e, sobretudo, possibilidades concretas de viver o que essa Instituição oferece em termos de experiência de ensino.
Como candidata à Direção Geral do câmpus Salto, destaco nesse texto três propostas para superação desse problema, ainda que outras sejam possíveis e necessárias.

1)   Buscar, junto aos coordenadores de curso e professores, espaços de realização de prática profissional intrínsecos ao currículo

Mas o que isso significa? A prática profissional está relacionada às oportunidades de “experimentar” o universo profissional durante o curso. Assim, estágios, visitas técnicas, projetos de pesquisa e de extensão configuram momentos de prática profissional. Ocorre que estudantes-trabalhadores dificilmente conseguem estagiar, pois isso implica em abrir mão de sua fonte de renda. Igualmente raro é o envolvimento dos trabalhadores-estudantes-trabalhadores com projetos de pesquisa e extensão que ocorrem no contra turno. Nesse contexto, propõe-se o incremento de espaços de prática profissional no interior dos currículos (prática profissional intrínseca ao currículo), o que passa, por exemplo, pelo maior espaço para a realização de projetos como estratégia de ensino,  pela valorização e maior utilização de recursos de educação a distância e pela criação de espaços diferenciados de aprendizagem, inclusive mediante maior aproximação entre IFSP e empresas da região.

2)   Buscar, junto aos coordenadores de curso e professores, possibilidades de flexibilização curricular

Nossos cursos têm oferecido poucas oportunidades de construção de itinerários formativos diferenciados, mesmo nos cursos superiores, nos quais os componentes curriculares eletivos já são uma possibilidade concreta. Propõe-se iniciar, junto aos coordenadores de curso e professores, estudos que busquem identificar e propor estratégias de maior flexibilização dos currículos, e que permitam aos estudantes maior autonomia sobre seu processo formativo.

3)   Definir procedimentos para o reconhecimento de saberes nos cursos técnicos, especialmente no caso do trabalhador-estudante


De acordo com Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Técnica de nível médio, podemos promover o aproveitamento de conhecimentos e experiências anteriores do estudante, desde que relacionados ao perfil profissional do curso. Esses saberes podem ser originários de qualificações anteriores ou mesmo de situação de trabalho. Segundo o texto das Diretrizes, o aproveitamento de saberes “deve ser propiciada pelos sistemas de ensino como uma forma de valorização da experiência extraescolar dos educandos, objetivando a continuidade de estudos segundo itinerários formativos coerentes com os históricos profissionais dos cidadãos”. Apresenta-se como proposta elaborar diretrizes metodológicas para essa avaliação.